1 de out. de 2010

Entrevista: novidades da banda Choke


Por Vito Cuneo

A banda dessa semana, é conhecida no Blog: Choke é um dos destaques atuais da cidade. Recentemente a banda lançou o cd Latino Revolutions e já fez um show após o pré-lançamento. Conversamos com guitar Fausto sobre essa gravação, shows, planos futuros e claro, como sempre, sobre a cena metal de Curitiba. Confira:

1 - Primeiramente quero agradecer a participação do guitar Fausto da banda Choke, com a entrevista para o Blog Arquivo Metal CWB. Choke é uma banda conhecida na cidade, mas mesmo assim vamos começar com um pouco sobre a história da banda?
Fausto: Primeiramente parabenizo em nome do CHOKE o excelente trabalho da equipe do Arquivo Metal CWB pela qualidade do blog, por dar valor às bandas daqui, principalmente as que fazem músicas próprias e fazer movimentar o bagulho.
Então, o Choke está na estrada desde 1998, sempre com o propósito de fazer música pesada independente de rótulos, assim conquistando o respeito não só aqui no Brasil mas em vários países, principalmente os da América do Sul. Depois de ter saído em vários Splits e Coletâneas pelo mundo, o Choke assina com a gravadora MNF e lança o álbum intitulado “Slum Radio” (2003), que vende mais de 7 mil cópias entre Brasil e América do Sul. Em 2008 lança o “Manifest from Sudamerica” que foi produzido pela própria banda. Ele trata de temas políticos e sociais, baseados na sonoridade que mescla o Metal e o Hardcore, tudo isso com o povo e cultura latino americana como grande fonte de inspiração. O cd " Manifest From Sudamerica " se converteu em excelente repercussão e aceitação no Mexico, Bolivia, Argentina e Brasil tendo edições de lançamento no Mexico ( Akracia Records) e Brasil (Tempo do Rock Discos).
A banda já passou por várias formações até então, mas sempre enraizada pelos seus fundadores Otávio Lourenço (Vocal) e Tony (Baixo) André (Bateria). Eu sou o integrante mais novo com 3 anos na banda. Hoje a banda encontra-se divulgando o seu mais novo play chamado “Latino Revolution”, que por enquanto só saiu em versão “CD Promo” para divulgação na mídia em geral. Enquanto isso estamos negociando com alguns selos e gravadoras para poder lançá-lo na versão original. “ Latino Revolution ” foi gravado e produzido em Curitiba por Virgilio Milleo no Audio Stamp estúdio. “Latino Revolution ” é um disco direto e com muita identidade sonora, com letras em espanhol em sua maioria, letras aliás sobre o universo Latino Americano, e com uma mistura Curitibana que começaram a exibir com o alcance internacional de sua música e com seu estilo próprio mais suas experiências locais, toda essa "fusão " está bem amostra em faixas co mo : Piá; La Mezcla; Viva Nuestra Gente, Cartel.

2 - Quais temas a banda abrange em suas composições? Do que se tratam as letras?
Fausto: Devido as experiências de tocar em vários países da América do Sul, o Choke foi muito influenciado em suas letras pela política, cultura e experiências de vida vividas nessas viagens pela América do Sul. Tanto que hoje em dia deixamos de escrever em inglês e estamos escrevendo em espanhol e português, que abrange bem a temática do que propomos que é a integração latino americana. Geralmente as letras são baseadas em grandes escritores e revolucionários latinos, como por exemplo, Simon Bolívar, Che Guevara, Eduardo Galeano, Andrea Echeverri... até Sub Comandante Marcos.

3 - Som da banda tem uma identidade própria, vocês fazem um som pesado e bem trabalhado, com uma mistura entre metal e HC. (Não gosto de ficar rotulando as bandas, mas isso é necessário). Quais as influências e como vocês definem o som da banda?
Fausto: Cara, as influências são diversas, pois cada integrante têm as suas peculiaridades musicais, não escutamos só rock e suas vertentes, claro que é a principal influência, mas abrimos nossos ouvidos pra muita coisa fora do rock também. Uma prova disso é a música “La Mezcla” que tem a participação do grupo Hip-Hop curitibano Mocambo, onde conseguimos literalmente mesclar o nosso peso com o groove vocal do Mocambo, e o resultado final foi além do esperado.
Na minha opinião a música não tem regras a serem seguidas, e sim bom censo na hora de compô-las independente do estilo que queira seguir, mas sempre mantendo a proposta inicial, que no nosso caso é fazer um som pesado, agressivo e com idéia.
Você falou de rótulos, lembrei de um rótulo que usaram pra nós nas chamadas de rádio e televisão quando tocamos na Bolívia, que era “Hardcore Brutal”, foi engraçado por que nunca tínhamos ouvido falar desse gênero, mas pro momento até que soou legal... (risos)

4 - Vocês usam o metal como profissão ou apenas diversão?

Fausto: Digamos que usamos como nossa segunda profissão, pois cada integrante tem sua fonte de renda em outros trabalhos que não seja a música, além de que viver de banda de metal no Brasil já é difícil, imagine em Curitiba?! Ainda por cima fazendo música própria! Mas tentamos sempre levar nosso trabalho com a banda o mais profissional possível, uma coisa que pelo menos seja autosustentável, entende?! E com certeza a diversão vem junto nesse contexto, senão não faria sentido ter uma banda de rock.

5 - Como vocês fazem a divulgação da banda?

Fausto: A divulgação é feita através de internet, contatos com produtores nacionais e internacionais e de materiais de divulgação como adesivos, camisetas e CDs. Totalmente independente. E shows né?! Nada melhor pra divulgar uma banda!

6 - Vamos falar um pouco sobre as gravações. Recentemente, lançaram o Cd Latino Revolution. Como foi a gravação desse Cd?

Fausto: Primeiramente escolhemos um estúdio e um produtor que não fosse voltado só para as bandas de metal, que no caso foi o estúdio Áudio Stamp de propriedade do produtor musical Virgilio Milleo. Por ele ter uma bagagem de produzir vários estilos de música, a timbragem saiu um pouco do clichê que normalmente as bandas de metal procuram, assim dando mais identidade sonora ao CD. O que nos deixou muito satisfeitos com o resultado final, além dos comentários positivos das pessoas que ouviram e entenderam a idéia do trampo. Inclusive o CD “Latino Revolution” está disponível na íntegra para audição no site: http://som13.com/#/choke/albums/promo-cd-latino-revolution
A gravação em si foi muito espontânea, pois estávamos bem entrosados e ensaiados, então saiu tudo naturalmente sem muita frescura do jeito que esperávamos, e que pode ser conferido ao longo das 12 músicas gravadas. É um novo CHOKE sem perder as raízes.


7 - Nesse cd, contem musicas em português, inglês, espanhol e em italiano, certo? De quem foi a idéia de fazer essa novidade?

Fausto: A idéia veio do Otávio (Vocal) por ser o letrista e ter o domínio do espanhol, também por ser a língua mais falada na América do Sul e que faz parte da temática do nosso CD. Na verdade essa ligação do Choke com o espanhol já vem de tempos, como pode ser conferida na música “Sudamerica” do álbum “Slum Radio” de 2003, mas só agora tivemos a oportunidade de gravar um disco totalmente latino. A música “Dove Estare El Enrico?” escrita em italiano é uma música atípica, pois ela foi escrita em homenagem a um italiano muy loco amigo da banda. E a música “Fuck Off” que é a única música escrita em inglês e que abre o CD, marca a transição do Choke das composições em inglês para as composições em espanhol e português.

8 - E como esta a produção? Ainda procuram os patrocínios e parcerias?

Fausto: A produção é independente como já comentei, mas temos apoio/parceria de algumas marcas como a “Custom Color” - Estúdio de Tatto & Body Piercing, “Super Safira” – Baquetas e a “Let´s Rock”. Mas se vierem mais parcerias com certeza serão sempre bem vindas também.

9 - Como esta a agenda da banda? Qual será a próxima apresentação da banda?

Fausto: No momento estamos concentrados em ensaios visando duas apresentações na Argentina e uma no Uruguai previstas pra novembro de 2010.

10 - Como vocês vêem a cena Metal de Curitiba? Vocês acham que tem união ou ainda existe competição e rivalidade entre bandas?

Fausto: A cena rock/metal de Curita é foda, tem muita banda boa rolando(bandas de som próprio) em todas as vertentes do rock pesado. Mas ainda acho que as coisas acontecem muito cada um por si, vejo poucas pessoas valorizando as coisas daqui, o que é uma pena, pois estão perdendo de conhecer ótimas bandas e assim criar uma identidade com a nossa cultura local.
A cena é forte mas não unida, não que exista rivalidade, coisa que prefiro não acreditar que exista por que cada banda faz a música que quer e segue no que acredita, mas ainda é muito segregada por estilos. Além de alguns produtores que ainda insistem em dar mais valor aos que vem de fora e não valorizam o que temos de bom por aqui.
Apesar que vi nos últimos 2 anos uma melhora nesse sentido, mas acho que ainda pode ser melhor. Uma prova disso é esse blog que está ajudando a divulgar legal o rock paulera feito em Curitiba.

11 - E com as bandas de Curitiba, rola alguma parceria em shows e viagens? Quais bandas vocês tem mais contato?

Fausto: Temos amigos em várias bandas, já tocamos e viajamos com algumas delas, mas nada que se tornasse uma parceria efetiva. Então não temos mais contato com essa ou aquela banda, todas que dividiram o palco ou tiveram contato conosco se tornaram parceiras de algum jeito, sejam elas de rock, metal, hardcore, punk,...

12 - Chegamos ao final da entrevista, agradecemos muito a atenção e esperamos que mais oportunidades venham a  surgir com esse novo trabalho de vocês! Deixe suas ultimas considerações para os leitores do Arquivo Metal CWB, e o contato pra galera conhecer o som da banda!

Fausto: O Choke agradece a você Vitão e a equipe do Arquivo Metal CWB pelo espaço e a oportunidade de estarmos trocando essa idéia! E desejamos vida longa a vocês nesse trampo de responsa!
Saludos a todos los locos!
Pra quem quiser dar uma conferida na banda, tem esse site com todos os álbuns para audição.

Um comentário:

Anônimo disse...

Banda foda ! sonzeira du caralho !

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