13 de jul. de 2010

Vamos falar de Osbourne!

Por Jéssica Casellas

Aproveitando o Dia Mundial do Rock, comemorado hoje (13), o Arquivo Metal CWB traz uma resenha de “I am Ozzy”, a autobiografia do “Madman” Ozzy Osbourne, recém-lançada no Brasil, pela Saraiva.

John Michael Osbourne nasceu em Aston, Birmingham, em 1948. “Ozzy” como era chamado pelos colegas de escola (até hoje não descobriu o motivo do apelido) sofreu muito na infância. Seus pais não tinham dinheiro e, além de tudo, era uma vítima do bullying causado por professores e colegas de escola.

Começou a trabalhar cedo apesar de não durar muito tempo em cada um dos empregos que conseguia. As aventuras em como afinador de buzina, matador de vaca, desengraxador de peças e sua carreira desastrosa no crime são narrativas de morrer de rir. Essa condição segue até que resolveu montar uma banda.

Recheado dessas passagens hilárias, o livro de Ozzy traz detalhes de como conheceu os amigos com quem juntamente fundaria o Black Sabbath. Em um desses trechos Ozzy reproduz seu encontro com Geezer. Depois de colocar um anúncio em um pub da cidade dizendo que procurava uma banda, ele recebe uma visita:

“- Então você tem uma banda pra mim, Terence?
-  Me chamam de Geezer.
-  Geezer?
-  É.
-  Está se mijando?
-  Não
-  Como em ‘Aquele ancião (geezer significa ancião) cagou nas calças’?
-  É uma piada muito engraçada para um cara que sai por aí se apresentando como ‘Ozzy Zig’.”


Um outro encontro edescrito é com o garoto popular do colégio onde estudava, Tony Iommi . A banda passou por alguns nomes (The Polka Tulk Blues band, Earth) até se chamar Black Sabbath, que antes do nome foi a primeira música da banda, Sucesso total! A vida ativa do Black Sabbath foi incrível. Dinheiro, mulheres, carros, casas e drogas, muitas drogas.

O livro trata ainda da longa estrada do Sabbath. Gravaram nove  discos, mas isso foi até começar a confusão com dinheiro e ordens judiciais. Depois de sua demissão do Black Sabbath (as drogas foram a desculpa usada por Tony para demiti-lo), Ozzy começou sua carreira solo com o apoio de Sharon, filha de Don Arden, antigo produtor do Sabbath. Sharon representa mais do que produtora na importante guinada na vida profissional de Ozzy, com quem acabou se casando.


Outra passagem do livro trata da vez em que um fã jogou no palco um morcego e Ozzy, pensando que era de brinquedo, arrancou a cabeça do bicho com seus próprios dentes. A morte de Randy Rhoads, seu melhor amigo e Rachel Youngblood a figurinista, a briga com o sogro, a compra de seu prório contrato, a tentativa de Ozzy, transtornado pelas drogas, de assassinar Sharon são algumas das passagens.

O retorno em alto estilo viria em 1996 com a criação do Ozzfest, depois que o Madman teve suas apresentações recusadas pelos organizadores do festival Lollapalooza. O quase retorno de Ozzy ao Black Sabbath também é retratado. Enfim, trata-se de uma obra genial, como não podoeria ser diferente para uma figura como o autor. É um livro imperdível para qualquer headbanger, músico, produtor ligado ao rock pesado.

Referência bibliográfica: OSBOURNE, Ozzy. Eu sou Ozzy. São Paulo: Saraiva, 2010.

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