26 de ago. de 2010

Entrevista: Rage Darkness mostra porque é um dos expoentes da nova geração

Um dos motivos que fazem uma cena forte é a capacidade de renovação e surgimento de novas bandas. Quando isso está aliado à qualidade, então, é mais um motivo para comemorar. É o que pode ser percebido quando se ouve o Rage Darkness. Apesar de formada há pouco mais de um ano, a banda surpreende pela boa produção e está em fase de gravação do novo CD. Composto por Vinícius Alexandre (V/G), Gregory Polo (G), Alexandre W.A (B), Thiago Parpinelli (T) e Maiko Thome (D), o Rage Darkness vem encarando uma série de festivais, mais recentemente o Eclipse Doom, de Joinville, e o River Rock, em Indaial, ambos em Santa Catarina. O próximo é o Palace of Sin, que ocorre neste dia 28, em Curitiba, no Blood Rock Bar. Confira mais na entrevista exclusiva com Vinícius e Greg:

Guilherme Carvalho: Quem ouve o som de vocês, não diz que é tão recente a formação. O som é muito bem produzido. Você acha que isso se deve em boa parte ao Maiko, que já é produtor?
Greg: Eu diria que sim. Juntou as ideias do Vinne, com a experiência do Maiko. Nessas primeiras ideias que hoje estão finalizadas, claro que não se pode tirar o mérito inicial do Vinne, afinal ele foi quem pensou em tudo isso desde o começo. Nós apenas abraçamos a causa. E depois de um tempo trabalhando em cima do que já estava começado, é que obtivemos esses resultados.

GC: As letras são do Vinne?

Greg: Sim, embora nós tenhamos discutido sobre algumas ideias iniciais. Os produtos finais são méritos dele também.


GC: Quando vocês começaram a se apresentar ao vivo?
Vinne: Nosso primeiro show foi em julho do ano passado no Opera 1, no Palace Of Sin festival.
Greg: Na época nossa formação consistia em apenas 3 pessoas: Vinne, guitarra e vocal, Maiko bateria, e eu tocava baixo. Também tínhamos um tecladista contratado, mas era apenas pra shows mesmo.

GC: Pelo que estou ouvindo no Myspace, o som de vocês soa mais Doom metal, certo? Vocês classificam assim?
Greg: Na verdade isso é uma coisa que desde sempre as pessoas comentam, mas não classisficamos assim. Acredito que tem uma certa influência de Doom, mas existem outros 'estilos' que são bem mais marcantes no nosso som. Acredito que Dark Metal seria uma classificação mais próxima, mas, ainda assim, existem muitos elementos distintos
Vinne: Negativo. Dificilmente escuto Doom metal. Acho estranho as pessoas rotularem como tal, apenas a música “Silent War”, a primeira gravada, tem um som mais arrastado.
Greg: De várias influências em comum e influências pessoais, também se escutarmos as músicas sem teclado, soa como um Death/Gothic.


GC: Vinne, você relega o título de banda Doom, mas vocês têm participado de alguns festivais Doom, não?
Vinne: Com certeza! É isso que nós queremos. Nós temos um estilo que cabe em alguns festivais variados, sendo eles Doom, Gothic, até mesmo dentro de algum festival Death. Não queremos tocar sempre pro mesmo tipo de público.
Greg: Além do que, se formos analisar, tanto o Palace of Sin quanto o Eclipse, nos quais já tocamos, são festivais que abrigam os estilos mais obscuros, não somente Doom Metal.

GC: Eu lembro de ter ouvido o som na seletiva do Wacken Metal Battle e, se não me falha a memória, o som estava mais veloz. Eram outras músicas ou estas que podem ser ouvidas foram modificadas?
Vinne: Ao vivo elas soam diferentes, pois, no EP, os elementos clássicos têm mais ganho e as guitarras não aparecem muito...
Greg: Além de ao vivo as músicas terem uma tendência maior à velocidade. No Wacken Metal Battle também tivemos uma pequena mudança na formação. Usamos apenas uma guitarra e também mudamos alguns arranjos já que não tínhamos a segunda guitarra disponível.


GC: Bom, vamos falar da produção. O Vinne citou o EP. Podemos falar um pouco sobre ele?
Vinne: Nosso primeiro EP foi editado para o Palace of Sin do ano passado, contendo as músicas “Silent War”, “Painfull Farewell” e “Virus”. Foi apenas uma prévia para podermos divulgar um pouco nosso nome. O último EP saiu em fevereiro desse ano no “Otacilio Rock Festival” (Otacilio Costa-SC), contendo uma tendência para o nosso CD official chamado "Trial Of Hate". As músicas falam sobre sentimentos, envolvidos com histórias militares... Principalmente, esse deluxe que saiu esse ano, fala sobre uma história de um tenente que fez um "julgamento de ódio". Nessa época eu estava servindo e vivi parte da história.


GC: Você serviu o exército?
Vinne: Fiquei poucos meses. Saí por ter problemas de saúde.

GC: Mas você tinha intenção de seguir carreira?

Vinne: A principio, não. Mas como tinha algumas coisas de interesse para a minha bateria "eles" deixaram eu ficar.

GC: Bom, foram 2 EP’s lançados, mais a versão deluxe de “Trial of hate”.

Vinne: Um EP, mais o deluxe. O deluxe, na verdade, é apenas para encaixar com o CD oficial para fechar o ciclo dos temas das músicas.

GC: O CD já está pronto?
Vinne: Ainda não. Estamos gravando as músicas e, com o pessoal novo, temos que colocar algo deles pra ficar a ideia de um todo nas músicas.Talvez no fim do ano saia...

GC: Mas as músicas que vão entrar já estão certas?
Greg: Nem todas. Na realidade, existem ainda algumas coisas que temos que ouvir e reouvir antes de dar o veredito final.

GC: Mas as que saíram no EP vão compor o CD, certo?

Greg: Sim. Ainda existirão algumas mudanças nelas. Mas elas estarão no CD.

GC: De qualquer forma vai ser um material inédito. Gostei muito da “Vírus”.

Vinne: Que bom!


GC: Na verdade, curti todas, mas essa acho que mais.
Greg: Virus é realmente uma música que eu também gosto muito. Na verdade escuto todas quase que diariamente e as músicas que ainda estão na fase de gravação têm uma tendência mais na linha da “Vírus” e da “Trial Of Hate”.

GC: E as outras músicas seguem a mesma temática?
Vinne: Algumas sim, porém, estou compondo algumas com menos teclado e uma pegada mais "Gojira" (banda francesa), com guitarras mais pesadas e um vocal diferente do que temos feito.

GC: Todo o vocal é seu Vinne?
Vinne: Todas as dobras dos vocais limpos e guturais foram gravadas por mim. Ao vivo ainda estamos adaptando algumas coisas com o Alexandre, até, talvez, Greg entre pra dar um volume nos backing's.

GC: O repertório do River Rock e do Palace of Sin serão parecidos? O setlist inclui as músicas que vocês estão trabalhando para o CD e que não estão gravadas?

Vinne: O repertorio será quase o mesmo. Com a entrada recente do Thiago (teclado), teve que pegar muito em cima da hora as músicas do EP e alguns covers.

GC: Fale um pouco como foi a experiência de tocar para 6 mil pessoas no River Rock.

Vinne: River Rock foi, pra mim, creio que para o resto da banda, foi como vencer o Wacken. O público gostou muito e fizemos de tudo para agradar a todos. Foi um show perfeito, ver as pessoas cantando algo que você fez é muito gratificante.

GC: E sobre o Palace of Sin, qual a expectativa?
Vinne: Como é recente o show passado, ainda estamos com muita energia para a apresentação do Palace. Agora que o pessoal conhece um pouco mais do nosso trabalho esperamos agitar a galera presente! Talvez até role alguma participação extra de músicos conhecidos na cena...

GC: A previsão para lançamento do CD é final do ano, então? Vocês lançarão alguma single no Myspace até lá?
Vinne: Com certeza, lançaremos uma prévia da "Reason Of Brutality", música tema, até o momento. Até outubro já estará disponível.

GC: A “Trial of hate” que está no Myspace é a versão deluxe?

Vinne: Exato, essa já é a tendência do CD. Ela só será remasterizada.

GC: A masterização está sendo feita aqui também?
Vinne: A princípio estamos gravando o "bruto" aqui, mas estamos conversando com um pessoal da Alemanha, ainda não confirmado com eles. Mas, com certeza, será masterizado fora.

GC: Deixa uma mensagem final aí pra galera, Vinne.

Vinne:Um muito obrigado a todos que estão a nossa volta, tanto as bandas que viajam junto, amigos próximos, aos novos amigos e é isso que nos importa! Esperamos fazer um bom trabalho para agradar de um modo geral a cena underground, tentando conectar os estilos sem perder o feeling. Um abraço a todos, obrigado ao Arquivo CWB por estar em alguns eventos com a gente! Em breve mais novidades.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa a entrevista

Unknown disse...

Parabens galera da rage!! tenho certeza que esse caras vao muito longe ainda! em especial um salve pro vinne que tenho a oportunidade de aturar eles todos os dias aqui na empresa. rs

e pra não perder o costume.. SALVE RAGEEEEEEEEE!

Ana Maria de Oliveira disse...

"Negativo!"
Eu ri xD

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