Vito Cuneo - Primeiramente quero agradecer a participação do Renato, com a entrevista para o Arquivo Metal CWB, é com orgulho que podemos divulgar conteúdo de uma banda como o Last Sigh. Para começar, conte um pouco sobre a história da banda?
VC - Som do Last Sigh é bem peculiar e moderno, me arrisco afirmar que o som esta mais para o Metalcore do que para outros subgêneros. Mas deixo essa definição pra você. Como vocês definem o som da banda?
Rena: Hum.. (risos) difícil. Pessoalmente não gosto do rótulo Metalcore, ultimamente não tem servido muito como referência, pois há uma espécie de desinformação geral, atualmente o rótulo remete á bandas que tem o som bem diferente do nosso. Porém não temos como definir de outra maneira, nosso Metalcore é bem raiz, tipo old-shool (risos), sem muita mistura, que é o que tem rolado com bandas mais novas. Agora com o novo cd, temos uma pegada bem mais hardcore, porém ainda metal.
VC - Então, quais temas a banda abrange em suas composições? Do que se tratam as letras?
Rena: No geral as musicas falam sobre fatos do cotidiano, alguns acontecimentos pessoais e etc. O legal é que conseguimos desenvolver um conceito para o cd em qual todas as musicas se encaixam, uma não tem nada a ver com a outra, mas podem ser ligadas pelo nome do cd, que remete á maldade do homem e as doenças da sociedade.
VC - Como é o processo de composição? E quais as influências da banda?
VC - Boa influencia, eu particularmente, curto muito o som do Lamb of God. E como vocês encaram a banda? Usam o metal como profissão ou apenas diversão?
Rena: Começamos a banda por diversão, acho que essa é a primeira intenção sempre quando alguém monta uma banda. Os objetivos que vem depois decorrem disso... Quando sua banda começa a se destacar e já possui um tempo de estrada, é natural que as coisas comecem a ficar sérias, esse é o grande diferencial no Underground; Profissionalismo. Há uma fase na sua "carreira" que ou você leva as coisas sérias, do jeito que tem que ser, ou fica sendo pra sempre uma banda de Garagem, estagnada, sem evoluir. Ninguém nunca vai chegar para você e dizer "hey cara, agora vocês são profissionais", vão te tratar como profissional assim que você começar a agir como um. Na LS tentamos nos divertir o máximo que podemos, porém sem prejudicar o nível de comprometimento que a banda exige.
VC - Gosto das mídias da banda, de todas as bandas que já entrevistamos no AMCWB, considero o site e myspace do Last Sigh entre os melhores. Como vocês fazem a divulgação da banda?
Rena: Pô, Obrigado, é a primeira pessoa que reparou nos detalhes que passamos horas bolando (risos). Bom, hoje em dia a internet facilita bastante esse tipo de trabalho, ainda mais pra nós, que temos que manjar de tudo um pouco...Atualmente a maior fonte de noticia da banda é o http://www.lastsighmetal.com/ onde temos um pequeno blog sobre as novidades da banda e alguns relatos do processo de gravação do CD, junto com o twitter (@lastsighmetal) com links instântaneos sobre a banda. Temos um myspace – (myspace.com/lastsighmetal) mas não vou mentir, anda meio abandonado e acredito que iremos desativar, hoje em dia há ferramentas que funcionam melhor como Facebook e Bandcamp, mas ainda não lançamos porque estamos preparando algo especial para o CD.
VC - Bom, vamos falar das gravações. Vocês já anunciaram a gravação e produção do "Beneath the Flesh, Rotten". Em que pé esta esse álbum?
Rena: O processo como um todo foi lento. Desde o principio foi um projeto audacioso para nós. Realizar um trabalho profissional, que tem fazes da sua produção intercâmbiando entre Brasil e Alemanha, sem um apoio significativo, juntamente com nossas rotinas de trabalho e estudo transformaram tudo em algo bem mais complicado. Porém agora o projeto já está todo caminhado, atualmente estamos realizando uma edição final e mandando para a pré-mix com o Alex lá na Alemanha, temos tudo captado; Bateria, Guitarra e Baixo com exceção dos vocais, que terminaremos esse mês. Acredito que na metade de Abril estamos com tudo pronto para mandar para a fábrica.
VC - Pô, agora percebo que é um lance profissional mesmo. Então, como será a distribuição?
Rena: Cara, até agora não temos nada definitivo. O que posso dizer sobre isso é que serão em primeira leva 1000 cópias para território nacional além de distribuição no formato digital, possivelmente (o assunto ainda está em discussão - risos) teremos também algo como uma edição especial, com arte diferenciada e um número bem limitado, não sei dizer com exatidão. No geral tentaremos disponibilizar as cópias a um preço legal e em pontos de vendas acessíveis á todos.
VC - Alias, vocês divulgaram no site e nós também divulgamos no AMCWB a capa desse álbum. Qual a idéia da imagem e do nome?
Rena: Legal você ter perguntado sobre isso, tava coçando minha língua para falar (risos). Bolamos um enredo para o CD sobre as doenças sociais e psicológicas da humanidade como um todo. Chegamos ao "mal" como gatilho de varias dessas doenças, o título remete a algo que esta podre, dentro de algo que parece ser saudável - o mal dentro do homem. Não acreditamos que somos maus por natureza, mas na maioria das vezes somos induzidos a pensar de uma forma egoísta e adotamos aquilo como verdade, como o "nosso certo", isso tem afetado nossas decisões como sociedade e nos transformado em algo que talvez não seja nosso curso natural. Questionamos isso liricamente e simbolicamente em "Beneath the Flesh, Rotten". A imagem da capa tem a figura de um corvo, extremamente importante no enredo do cd pois é um dos elementos que metafóricamente, sobrevive ao mal, que se alimenta daquilo que está podre. O cd tem as faixas dividas por capítulos, que simbolizam partes do enredo, mas não quero revelar tantos detalhes pois acredito que a interpretação seja parte da experiência como ouvinte (risos)
VC: Claro, obvio que não queremos estragar os planos da banda, a idéia é chamar atenção do publico, o que vocês sabem fazer bem.
VC - Além dessa gravação, que esta no forno, a banda tem uma demo "Your Worst Fears" de 2007, que contém 3 músicas, são as “Before we Die”, “Advice for the End” e “When it Collapses”, certo? Que comparação é possível fazer dessa gravação de 2007 para a de 2011?
Rena: (Eu tentei responder de um jeito diferente, mas vou ter que cair no cliche...) Toda banda quando lança um novo trabalho diz "ah, as musicas são melhores, mais maduras e etc". Bom é mais ou menos isso ai.. (risos). Nesse espaço de 4 anos aprendemos a tocar melhor nossos instrumentos, acredito que me tornei um compositor melhor também, então as musicas estão com uma pegada bem mais madura. Mais rápidas, mais elaboradas, mais pesadas, mais criativas e assim vai. A diferença é tão aparente que decidimos incluir as músicas da demo no cd, porém com arranjos diferentes e alguma idéias adaptadas com mais eficiência, transformando em algo que tenha mais a ver com a atual cara da banda. Acredito que agora elas estejam do jeito que queríamos que tivessem ficado quando as fizemos pela primeira vez. (risos)
VC - Além da gravação, quais os planos para sequência de 2011?
Rena: Queremos manter o trabalho que fizemos com "Your worst Fears", tirar leite de pedra mesmo. Tocar o máximo que pudermos, aonde pudermos e o quanto pudermos para divulgar o cd, até o pessoal não aguentar mais essas músicas.. (risos). Temos alguns planos também em solo internacional, mas dependem mais da parte burocrática do cd, vamos ver o que rola. A idéia é trabalhar o máximo possível, inclusive em novas composições, vou deixar o mistério, mas é bom esperar um "soco duplo".(risos)
VC – Por falar nisso, e os shows? Como esta a agenda da banda, apesar da gravação existem shows marcados?
Rena: Faz tempo que não marcamos nada, decidimos nos dedicar ao máximo na fase final da pré e na master pois o ritmo de ensaio para shows é bem puxado, acaba atrapalhando ou até mesmo fadigando desnecessariamente para as gravações...temos alguns shows marcados mas são todos para pelo menos daqui uns 2, 3 meses - posso dizer com certeza que faremos um show de lançamento bem antes disto!
VC - Acompanho o twitter da banda e quero saber como foi o show que rolou em Santos em 2010. O que você pode contar pro nosso publico sobre esse show?
Rena: Foi um show bem legal para nós e uma viagem bem sossegada.. No dia várias bandas de outras cidades participaram também o que contribuiu para que tivéssemos um público legal. No final o show foi transferido para outro lugar, o que demonstra a organização que a produção tinha e o comprometimento com as bandas, coisas que alguns produtores precisam adotar aqui em Curitiba. Isso é algo que gostaria de comentar, nunca vou entender a cena aqui, a Last Sigh está me dando a oportunidade de conhecer a cena underground de outras regiões do país e ultimamente tenho chegado a conclusão que somos extremamente privilegiados. A maioria das casas que tocamos em SP, por exemplo, não tem metade da estrutura que encontramos aqui em Curitiba, essa é uma grande diferença, lá eu sinto que a banda e o show em si são as coisas mais importantes, aqui, nem sempre. Quantas vezes nos preparamos para shows e sem mais nem menos, são cancelados por motivos que muitas vezes poderiam ser contornados? Aqui temos a faca e o queijo na mão, falta corrermos atrás para as coisas acontecerem, deixar de esperar tudo pronto. Sinto que falta aquele espírito DIY da parada..é isso que no final torna tudo muito mais emocionante, posso contar inúmeros casos em que tocamos para 300 pessoas numa puta casa, com equipamento top e o show não foi tão emocionante quanto tocar em um porão, caixas stanners de varejo com 30 pessoas pulando e gritando que nem macacos.
VC - Parece que você adivinhou minha próxima pergunta. Como vocês vêem a cena Metal de Curitiba? Vocês acham que tem união ou ainda existe competição e rivalidade entre bandas?
Rena: Acredito que temos uma das melhores cenas no metal nacional, claro que alguns pontos ainda precisam ser melhorados, mas como disse anteriormente, há cidades que não possuem metade do que temos aqui. Eu particularmente defendo a rivalidade, acho que ela é um passo importante para o desenvolvimento da cena e das bandas envolvidas, é uma maneira de uma banda puxar a outra, forçar a evolução entende? Apenas não podemos confundir com competição, que no meu ver não é saudável como a rivalidade. Não há cabimento falar que bandas competem entre si, há espaço para todos, o erro comum é as pessoas acharem que suas bandas tem que ser melhor do que as outras, enquanto na verdade o importante é você fazer seu o melhor. Acredito que seja mais fácil um produtor chamar as 2 bandas para tocar em um evento por exemplo do que dizer "vocês não vão tocar porque a banda "x" é melhor, maior e chama mais público", isso é reflexo da ignorância gerada por falta de confiança, vindo de alguém que gosta de música e que toca um instrumento, não de um músico. A união é extremamente vital para a sobrevivência da sua banda na cena, acredito que esse seja o espírito por traz da cena independente, sozinho ninguém consegue levantar bandeira nenhuma, hoje em dia o "mercado" se trata muito mais de quem é bem relacionado.
VC - Com as bandas de Curitiba, rola alguma parceria em shows e viagens? ou até mesmo na gravação? Quais bandas vocês tem mais contato?
Rena: Sempre rola. O sistema gerado pelo circuito de shows (arcaico, diga-se de passagem), torna a realidade de se manter uma banda na estrada muitas vezes inviável, sempre que podemos encaixar alguma outra banda para ajudar nas despesas o fazemos. Acredito que no final, agrega muito mais valor ao show em sí, nossa cidade fica bem mais vista do que de costume. Ultimamente todas as bandas que tínhamos maior contato e que começaram quase junto com agente, acabaram ou estão meio paradas, o que me dói o coração...(risos). Mas posso citar Buried Yesterday, Drown in Ashes e Child'o Flames como grandes amigos, inclusive o puto, batera do COF, nos emprestou alguns pratos e apareceu nos dias da captação da batera para dar uns palpites e nos levar cervejas. (risos)
VC - Chegamos ao final da entrevista, agradecemos muito a sua atenção e esperamos e desejo que mais oportunidades venham a surgir com esse novo trabalho de vocês! Deixe suas ultimas considerações para os leitores do Arquivo Metal CWB, e o contato pra galera conhecer o som da banda!
Rena: Bom gostaria de agradecer á toda equipe do Arquivo Metal CWB, que tem feito um trabalho inigualável para levantar a cena Curitibana, quem ta na correria de banda sabe como é difícil se ter algum espaço. São oportunidades como essas que nos possibilitam criar um vinculam maior com o publico que se interessa pelo nosso trabalho. Quem quiser acompanhar o blog de gravação do "Beneath the Flesh, Rotten" pode entrar em http://www.lastsighmetal.com/, juro que vou tentar atualizar com mais frequência. (risos), e quem tiver interesse venha trocar idéia com agente, pelo orkut ou pelo twitter!! É isso ai, fiquem ligados que logo, logo estamos bombando nas paradas da jovem pan (risos).
4 comentários:
curti a camisa do guita, lá. excelente entrevista. parabéns, vito, e à banda. sonzera fudida desses caras. só um detalhe, o endereço da página oficial da banda acho q tá errado ou não tá funcionando.
Puta banda. Esperando o Cd...
Só não gosto do Rena...asiudhaisuhdiuahdashiduiasud
SONZEIRA!!!!
estou aguardando ansiosa pelo lançamento.
e com toda certeza digo que virá um belo trabalho!
[Só não gosto do Eder... AIUSHIAUHOIUHOIUAHISUOH]
Muiii fueda.
Isso aew Renah! e bora toca!!
;]
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