Ingresso pista: R$ 200; estacionamento: R$ 20; cerveja lata R$ 5; gasolina: R$ 30. Ver seus ídolos ao vivo: não tem preço?
Bom, para muitas pessoas todo esse gasto certamente foi sacrificante. Para aqueles que são verdadeiramente fãs do Iron, que conhecem de cabo a rabo todo o repertório da banda, cantando todas as músicas, sem errar uma só palavra, para estes não há preço que pague ver Bruce Dickinson invocando o público com o “Scream from me Courytibaaaa”. Ou ver Janick Gers fazendo malabarismos com a guitarra, ou Steve Harris fazendo do baixo uma metralhadora apontada para o público, ou ver o novo Ed entrando no palco e brincando com os músicos.
O show foi impecável. Não há o que falar da produção e da qualidade dos cinquentões, que esbanjaram energia no palco montado na Arena Expotrade, no show realizado ontem (5). Depois da abertura do Motorocker, muito bem recebida pelo público, foram mais 40 minutos até que o show principal começasse. Seguindo a tradição inglesa, pontualmente às 21 horas, as luzes se apagaram e começou o vídeo de introdução. Do décimo álbum de estúdio, que dá título à turnê, ouviu-se cinco músicas: “Satellite 15... The Final Frontier”, “El Dorado”, The Talisman”, “Coming home” e “When the Wild Wind blows”.
Nenhuma novidade no setlist. Os caras repetiram o que já vinha sendo apresentado nos outros shows na passagem por outras cidades brasileiras. Mas o que levantou mesmo o público, não adianta, são as clássicas, como “The Trooper”, “Fear of the dark”, “Iron Maiden” e “The number of the beast”.
Ao ver os caras no palco, cantando músicas que abriram caminho para meu gosto musical headbanger, bateu uma certa nostalgia. Quando ouvi Iron pela primeira vez, em meados dos anos 90 (12 ou 13 anos), foi ali que me dei conta: “é disso que eu gosto”. Pois, foi a mesma sensação que tive. Percebi que Iron é parte da minha vida. É aquela sensação de reencontrar um grande amigo de infância ou um primo que não vê há tempos.
Podem criticar. Os últimos CD`s já não tem a mesma pegada, concordo. Bom foi até o “Fear of the dark”, concordo. Mas Iron é Iron. Já são mitos do Heavy Metal e são uma banda global com fãs onde quer que você vá, como frisou Dickinson durante o show, e que ultrapassou gerações e estilos de vida. Quem foi ao show percebeu diferentes perfis de público. Tanto no que diz respeito às idades, como na forma de se vestir. Das cerca de 10 mil pessoas que estiveram presentes, certamente muitas eram realmente headbangers, mas também havia uma grande quantidade de pessoas que não sabem nem o que é a New Wave of British Heavy Metal. Alguns podem avaliar como positivo esta abrangência do público, afinal, este pode ser o sinal de que o Heavy Metal está voltando aos bons tempos. Mas eu vejo esta mudança com preocupação.
Explico: se for esta a tendência dos grandes shows, estamos arriscando ver apenas uma elite nestes eventos. Sobretudo, um público levado pelo modismo. Aquela malariada que a gente está acostumado a ver usando camiseta já desbotada do Iron Maiden não estava lá. Provavelmente pelo preço do ingresso, que está longe de ser popular. Se for isto, acabou-se os gigantescos shows de massa.
Ontem também entendi porque Curitiba não está preparada para receber o volume de shows que está recebendo. O acesso ao Expotrade pelo centro ficou inviável. Curitiba precisa de um outro espaço, quem sabe uma arena multiuso. Faltam também meios de transporte de massa, um metrô, por exemplo, ou mesmo trem. Enfim, é preciso que se dêem condições para que os custos dos shows caiam e haja acesso para o povão para que a coisa volte a ser popular. Copa em Curitiba? Vai virar um caos...
Enfim, fã que é fã custa a acreditar que os ídolos estão “metendo a faca”. Mas parece que é isso mesmo. Parece que os caras estão dando o troco pelas músicas baixadas na internet. Show virou a principal fonte de faturamento e os caras não poupam países com grande pobreza como o Brasil. Depois não reclamem que a juventude tem comprado essa lixarada musical que se ouve no rádio, na tevê e na internet, tipo Luan Santana, Restart, Justin Bibier e todas essas outras merdas. Afinal é o que está acessível.
Foto: Rock em Geral
7 comentários:
Cara, o The Final Frontier é o 14° do Iron Maiden e não o décimo
Concordo: "Mas Iron é Iron. Já são mitos do Heavy Metal e são uma banda global com fãs onde quer que você vá, como frisou Dickinson durante o show, e que ultrapassou gerações e estilos de vida."
Na moral, pra mim é igual a ex-namorada, não presta mais e só serve de nostalgia.
Gostei do texto, parabéns!
Cara eu paguei 100 reais pra ir no show..
E 30 reais de gasolina? Mora aonde?
É assim mesmo.. pra vir pra Curitiba infelizmente sai caro pra organizar... é o preço.
anderson, até nao era pela distancia. o problema é o congestionamento. e tem que contar ida e volta. ja o ingresso era R$ 100 para pista simples certo?
"Os ídolos estão metendo a faca". E pra piorar a produtora divide a pista ao meio e diz: da metade pra frente quem quiser paga 100 reais a mais. E acredita que tem gente que cai nessa? Já está mais que na hora de boicotar as produtoras que utilizam desses métodos em suas produções. Pra mim, é o mesmo que chamar os fãs de burros, literalmente. No show do Iron isso foi tão explícito e vergonhoso que até o Bruce se sentiu obrigado a comentar.
Massa foi uma renca indo pro terminal de pinhais pra depois pegar o Pinhais / Rui Barbosa , e tipo, no Bus D: E pra piorar a produtora divide a pista ao meio e diz: da metade pra frente quem quiser paga 100 reais a mais.[2]
Mas o que importa é q o Maiden continua destruindo!
Pois é, sou de Balneário Camboriú-SC. Fiquei quebrada de dinheiro pra poder ver a banda que mais amo!! A VIP era muito grande!! sobrou um espaço enorme! Vi que tinha gente conversando em rodinhas, comprando coisas pra comer e nem aí pro show...muita gente que nem curte Iron de verdade, caídos no chão de bêbados! Fiquei colada na grade, e dava vontade de pular aquilo pra poder ver todos os integrantes mais de perto, e tbm dar uns bofetoes naquele povo que tava na vip e não estava vendo o show, mesmo assim, o Iron destruiu!
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