24 de ago. de 2010

Resenha: "Last night of mortality" do Semblant

Com letras e melodias sombrias, o álbum "Last night of mortality", lançado pela banda curitibana Semblant, traz um Gotic/Doom Metal balanceado e bem produzido por um total de seis músicos. Sergio Mazul (voz), Katia Shakath (voz), Candido Oliveira (bateria), Roberto Hendrigo (guitarra) e Leonardo Rivabem (baixo) apresentam o primeiro trabalho físico da banda, produzido em Curitiba e distribuído pela Freemind Records.

A faixa de abertura, que dá nome ao CD, é uma participação especial com narrativa e instrumental de Charles Rytkonen e Danny Eriksson (Inmoria). Perdição, luta entre o bem e o mal, paixão, são alguns dos temas tratados no disco e na arte da capa, que trazem para a música um pouco da frebre que se tornou o vampirismo, retratado na literatura e no cinema. Propositalmente ou não, esse tema já faz parte do imaginário curitibano muito antes disso, pelas mãos do escritor recluso Dalton Trevisan, autor dentre outras obras de "O Vampiro de Curitiba", de 1965. O clima sombrio, o frio úmido, a descendência étnica, fazem da capital paranaense a cena perfeita para "almas perdidas".

O vocal alternado de Sergio, ora um gutural rasgado, ora um grave limpo, ora a la Dani Filth (Cradle of Filth), sem aquela gritaria constante (o que é muito bom), é aliada a voz feminina de Katia, impedindo que o ouvinte entendie-se, o que geralmente ocorre com bandas de Doom metal. O dueto no início de "Evilbringer", seguido pelo bom trabalho de bateria são o primeiro destaque do álbum, em minha opinião.

"Legacy of blood" é uma daquelas músicas que grudam. Você termina de ouvir e fica com ela na cabeça. Revela, ainda, a influência do som nórdico de bandas como Nightwish e Stratovarius. Bacana também o riff de "The neptune effect" e os breves momentos com escalas diatônicas. Destaco também "End of Dusk", a última faixa, com onde aparece o solo de guitarra, acompanhado pelo teclado. 

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