Review: a simplicidade bem encaixada do Tarot

A banda Tarot apresentou-se ontem (16) no Hangar Bar, trazendo uma hora e meia de um ótimo show que certamente resultará em novos fãs, no caso dos que conheciam pouco da banda, e fãs fervorosos, no caso dos que já curtiam o som. Como a banda começou a apresentação 22h10, o show todo acabou próximo das 23h30. Bom para aqueles que tiveram que trabalhar na sexta-feira cedo. E quem esperava que os músicos apresentassem algum sinal de cansaço, por conta do show no dia anterior, em Sâo Paulo, enganou-se, portanto.

Os finlandeses divulgaram seu mais recente CD, “Gravity of Light”, trazendo um repertório muito parecido com o que vem sendo apresentado nos shows em outras turnês. Nas execuções, nada de extraordinário, repetindo o que se ouve do trabalho de estúdio. Nada de grandes solos, virtuosidade ou coisas do tipo. O diferencial, no entanto, está nos bem encaixados riffs executados pelo guitarrista Zachary Hietala e na formação da banda, que traz tecladista (Janne Tolsa) e sintetizador (Tommi Samela), fugindo da formação tradicional de bandas de Heavy Metal. Este último, aliás, assumiu o vocal principal por diversas vezes.

A atenção maior fica mesmo para o baixista e vocalista Marco Hietala, fama ganha por ser também integrante do Nightwish, banda com a qual conquistou grande repercussão. Além do “nome”, ele sabe entreter o público. Por diversas vezes, nos intervalos das músicas, fazia questão de afirmar que estava feliz por estar em Curitiba e convocava a galera a agitar durante as músicas, em meio às suas caretas insanas.

Dentre as músicas de destaque estavam “I walk forever”, a mais recente música disponível no myspace da banda, cantada a plenos pulmões pelo público. Depois de deixar o palco e sob os gritos de “Tarot, Tarot, Tarot”, eles voltaram para executar outras três, sendo a última a veloz “Traitor”. Excelente escolha para o fechamento de um quinta-feira perfeita.

Confira o setlist:

1.  Sleep in the Dark
2. I Walk Forever
3. Satan Is Dead
4. Crows Fly Black
5. Tides
6. Calling Down the Rain
7. Hell Knows
8. Vesku
9. Pyre of Gods
10. Raipe
11. Crawlspace
12. Warhead
13. Wings of darkness
14. Traitor

Kattah: sem dever nada

A banda de abertura Kattah fez um show irreparável também. Enquanto o público chegava, ia se deparando com o excelente nível técnico dos músicos e com o carisma do vocalista Roni Sauaf. Os curitibanos mostraram estar prontos. Com o CD a caminho, certamente vão arrebentar, não apenas no trabalho de estúdio, mas também no palco. No show de ontem, eles demonstraram que não devem nada para ninguém, nem mesmo para o Tarot (os finlandeses acompanharam uma parte do show do Kattah, de cima dos camarotes). Se há uma boa aposta a ser feita na cena curitibana, ela sem dúvida se chama Kattah.