Guilherme Carvalho: Vocês estão se preparando para ir à São Paulo, gravar o primeiro full da banda. É isso mesmo?
Marcelo Mattos: Exatamente, estamos com o contrato em mãos, é uma gravadora de SP que vai bancar toda a nossa gravação. O CD já está em fase de pré-produção e devemos iniciar as gravações em julho deste ano.
GC: Qual o nome da gravadora?
Anderson Soares: Oversonic.
GC: Mas além da gravação, vocês também tem acertada a prensagem de cópias e a distribuição?
A: Exato. Serão a princípio 1000 cópias e mais a distribuição. Eles distribuem em lojas grandes, como FNAC, Americanas, Saraiva, etc.
GC: Vocês já tem a quantidade e quais músicas que vão entrar nesse CD?
MM: Estamos trabalhando com 10 músicas
GC: Entra alguma dos trabalhos já gravados?
MM: Ainda não sabemos.
AS: A princípio não, mas se entrar será a "Welcome to chaos" como faixa. As outras só se for como algum bônus
mas caso entre, serão regravadas.
GC: Porque "Welcome", é uma música que soa com alguma diferença das outras que estão disponibilizadas ao público.
MM: Aham.
GC: Há uma pegada mais Death nela, que acho que fica evidente pelo vocal mais gutural e pelo próprio peso da música com pedais duplos. Essa deve ser a tendência do álbum?
AS: Exato, a linha das outras tende a ser mais próxima da "Welcome" do que das outras. Mas, ainda assim, com elementos do Thrash agregados
MM: Sim, na real ela mostra a 'nova' fase que estávamos vivendo na época, tivemos uma mudança na formação.
MM: Saída de um guitar e do baixista...
AS: Porém, isso não quer dizer que abandonaremos por completo a linha anterior, até porque as músicas mais velhas funcionam muito bem ao vivo.
MM: Exato.
GC: A formação atual tem quanto tempo?
MM: O Marcelo (Soares) entrou na banda no final de 2008.
AS: Lá se vão 2 anos.
GC: Pelo que vocês disseram, a tendência é aparecer material novo nesse CD. Do que tratam as letras?
MM: Estamos trabalhando com 10 faixas inéditas e as letras são sobre temas diversos. Reflete bem o contexto da "Welcome to chaos"
AS: As letras estão indo pra um lado mais agressivo, abordando temas bem atuais. Bem na ideia da "Welcome".
GC: Ou seja, sem perder a pegada crítica...
MM: Sim.
AS: Exato. Creio que nesse álbum teremos várias letras com esse lado mais crítico. Seja social, político, religioso, etc. Inclusive estamos procurando dar nomes bem fortes aos sons, impactantes mesmo
MM: (Risos).
GC: Vocês estão vivendo um momento muito bom, não? CD a ser gravado, participação recente no Otácílio Rock Festival, ao lado do Korzus, e a indicação como melhor banda do Paraná no Whiplash!. Podemos dizer que o True está vivendo seu melhor momento?
AS: Com certeza, mesmo já tendo sido finalistas da regional do WOA Metal Blattle, e já tendo tocado com bandas como o Asesino, cremos que este é o nossso melhor momento.
MM: Cara, acho que esse é o melhor até agora. Iniciamos o ano pensando como seria e a cada semana temos uma novidade..
AS: Até porque as coisas estão acontecendo em um ponto que estamos mais maduros, conhecendo melhor a realidade do que é ser uma banda underground e nos ligando que pra ser underground não precisa ficar escondido (risos).
MM: No ano passado conseguimos distribuir um EP na Nova Zelândia pelo selo Satanica Productions e no Egito pelo Selo Set Productions;...Tivemos uma bela resenha do site da revista inglesa TERRORIZER, que deu nota 10 pro EP e isso tem grande influência nesse momento. Pra esse ano fechamos algumas parcerias que são muito interessantes e estamos correndo atrás de outras.
AS: Exato, isso só confirma nossa boa fase.
MM: O Show com o Korzus, a gravadora, nossos parceiros a distribuição na gringa, mostra que estamos trabalhando de forma coesa e correta, sem precisar atropelar ninguém.
AS: Exato, além da GM Press, que faz nossa assessoria de imprensa, conseguimos apoio da KR Custom Drums...
MM: Da CES Luthier e do Tatuador Christofer Pypcak.
GC: Gostaria de saber um pouco mais sobre o contrato com a Satanica. Vocês sentiram algum retorno? Por exemplo, no quesito internacional? Houve respostas nesse sentido?
MM: Sim.O contrato com a Satanica Prods foi o primeiro que fechamos. É um contrato simples, eles produzem cópias do nosso trabalho e vendem, a proporção é mais ou menos assim: a cada 10 CD's vendidos, 3 é da banda. Pra uma banda independente, ter a oportunidade de divulgar seu material em um país tão longe e de uma forma que não é através do MP3 é muito bacana.
GC: Deu pra ganhar um dinheiro? (risos)
MM: Através desse contrato fechamos com a Set Productions, que faz uma distribuição semelhante, mais eles ainda vendem o som em sites como Itunes. Ainda não, mais a quantidade de acessos dessas regiões em nosso Myspace aumentou muito.
AS: Sem contar que devido à esses lançamentos temos recebido vários contatos de pessoas de fora, através de Myspace e Facebook, o que mostra que o som realmente está sendo divulgado.
MM: A resenha da TERRORIZER é um exemplo disso.
GC: Acho que vcs estão demonstrando que é possível exportar o som paranaense, o que acho que é uma das dificuldades que temos em nosso estado, concordam?
MM: Se for ver pelo lado comercial, quanto você gastaria pra divulgar a sua banda nesses países? O nosso custo foi quase zero e os resultados estão muito favoráveis Bom de paranaense na banda é só eu (risos), mas concordo sim.
AS: Pois é, a banda na verdade é 66,6% gaúcha (risos). Mas é verdade sim. Creio que independe do estado de origem da banda, se você tiver seriedade no trabalho, é possível levar o trampo muito à frente
MM: Existem restrições, mais acho que a partir do momento que você trabalha o mais profissionalmente possível as portas se abrem, por que qual mercado quer abrir suas portas pra bandas amadoras?
AS: O lance das parcerias e da gravadora prova isso. Conseguimos isso por levarmos o trampo a sério
MM: Todos os estados estão cheios de bandas, mas poucos correm atrás de uma assessoria, de um selo... e real; é que no começo ninguém vai bater na sua porta e lhe oferecer um espaço pra tocar, uma distribuição...
Os maiores interessados são as bandas e elas devem correr atrás. E é isso que estamos fazendo.
AS: Foi o que eu quis dizer com "banda undergound nao precisa ficar escondida". A gravadora que vai nos distribuir, por exemplo, não é uma gravadora "de metal". Tem vários artistas pop no cast, no entanto, toparam fechar conosco.
GC: Eu digo isso rapazeada, porque acredito que temos uma cena forte aqui, mas pouco valorizada. Sendo ou não músicos paranaenses, acho que a cena no Paraná carece, em certos momentos, de uma união entre todos os envolvidos diretamente e do reconhecimento local.
AS: Isso eu concordo plenanente. A cena paranaense, e principalmente curitibana, é uma carnificina. Bandas competindo umas com as outras, ao invés de rumarem para um mesmo lado. E isso não parte só das bandas, mas dos produtores também.
MM: Eu acredito que estamos em crescimento. Existem boas bandas na cena, mas essa união deve ser de bandas, produtores locais, meios de comunicação e público.
AS: Estou morando em Brasília agora, e vejo que aqui a coisa funciona diferente. Existem muitos festivais, as bandas se conhecem e se ajudam, os produtores apoiam, e com isso o lance fica forte. E os festivais não são em bares não. São em campings, ginásios, e sempre com as bandas locais tocando, com estrutura fodida, e etc.
MM: E de graça.
GC: Acho q temos um bom exemplo dos nossos vizinhos catarinenses também.
AS: Certeza. E lá as bandas não competem, pelo contrário.
MM: Bem isso. Santa Catarina é cheia de fest e a cada ano estão mais fortes
GC: Então, como foi o show lá no Otacílio? Chegaram a trocar uma ideia com os caras do Korzus?
MM: Tocar no ORF pra gente foi muito foda. A receptividade da galera foi muito massa. Supriu as nossas expectativas e esperamos voltar em 2012, pra tocar ou não! Falamos com os caras do Korzus sim, os caras curtiram o evento e deram uma circulada trocando ideias com a galera que conseguiu ficar de pé após o show deles.
GC: O que falta aqui em Curitiba pra rolar uns festivais open air, na sua opinião?
MM: Menos preguiça. O local do show era longe de tudo e tinha gente de tudo que é lado de SC, organizadores de outros eventos, não é muito da nossa cultura fests deste estilo aqui na nossa região, mas podemos tentar. Evento muito bem organizado, sabíamos que íamos tocar lá desde o final de novembro.
Equipamento de qualidade. A atenção da organização com a bandas também é muito boa.
AS: E com o lançamento do CD, até o fim desse ano, pretendemos tocar em mais festivais pelo país, possivelmente uma turnê pelo nordeste, e na sequência, uma tour pela Europa ou USA.
GC: Legal. Tem tem alguém já cuidando disso pra vocês?
AS: Ainda não definimos se vamos com uma agência de booking, ou por conta. Mas já entramos em contato com pessoas para as 2 possibilidades. Estamos estudando pra ver o que vai valer mais a pena. Digamos que, por qualquer uma das opções, já temos o caminho das pedras
GC: Legal. Acho que é isso aí.
AS: Quero deixar os agradecimentos ao pessoal do Khrophus (SC) que são nossos camaradassos, à organização do Otacílio (Ariane), e acho q é isso
MM: E as nossas parcerias, CES Luthier, Christofer Pypcak Tattoo, KR Drums Agradecer a vocês pela entrevista,à galera que nos acompanha, à galera que ajuda a nossa cena de verdade.
3 comentários:
Muito boa entrevista, sucesso a banda, eles merecem.
Os caras correm atrás mesmo. Merecem esse bom momento. Sucesso!!!!
Valeu pelos coments gurizada, "tamo junto" hehe, e valeu à equipe do site pelo espaço e apoio.
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