29 de mar. de 2011

Especial: bandas covers x bandas independentes

Vamos iniciar mais uma discussão polêmica sobre a nossa cena metal. Quem tem banda e toca na noite ou quem simplesmente acompanha a cena ja observou a concorrência entre bandas de som cover e bandas independentes, ou de som proprio. O Arquivo Metal CWB apoia a cena rock / metal de Curitiba, tanto é que já cobrimos shows de bandas de som cover e de som próprio, claro que privilegiamos as bandas de som próprio, por todo o trabalho e esforços que desempenham, como foi, o caso do Prêmio Ivo Rodrigues. Mas claro, achamos essa discussão importante, para o fortalecimento da nossa cena e das nossas bandas também.

Pra começar recebemos a opinião de um colaborador freelance. Trata-se de Juliano Berte, vocal da banda Terrorzone. Confira o texto e aproveite para dar sua opínião também. Já adianto que com respeito e educação.

A questão das “Bandas Cover” em Curitiba
Por Juliano Bertelli

É um tema polêmico este que abordo nas linhas seguintes. Infelizmente – isso já vem de muitos anos, talvez por duas décadas, Curitiba tornou-se o celeiro das “bandas cover”. Em parte, porque infelizmente nos acostumamos com a quantidade de eventos destinados aos “covers” e porque de certa maneira, é o que move o público curitibano.

Público esse que poderia conceder uma chance para as bandas que se empenham na composição de músicas próprias; não “virar as costas” como já presenciei em muitos eventos. Obviamente, não se pode agradar a todos, mas antes de julgar ou criticar, é preciso ver e ter conhecimento de causa.

Entendo que os produtores / organizadores de shows e os donos das casas que abrem espaço ao Heavy Metal precisam obter lucro; afinal, tem toda uma estrutura, equipe e gastos para manter / oferecer produtos e serviços de qualidade para agradar ao público pagante.

Não faço nestas linhas uma crítica gratuita para as ditas “bandas covers”; muito menos a extinção das mesmas. Nós que temos a ambição / pretensão de aprender a tocar um instrumento musical, certamente tivemos (e sempre teremos) a influência de grandes bandas do universo do heavy metal ou do clássico rock n’roll e muitos começaram como “bandas cover”. E a partir do momento que acreditamos estar aptos a desempenhar músicas eternizadas por nossas bandas favoritas, temos a competência de desenvolver um estilo de tocar e compor – em síntese, criar uma banda real, com músicas feitas por nós!

É natural reproduzir ao vivo ou mesmo no estúdio, uma “versão” ou homenagem às nossas influências musicais. Mas passar a vida toda “coverizando” uma ou mais bandas não faz o menor sentido. Tenho certeza de um músico renomado de qualquer banda – famosa ou “underground”, teria orgulho em ouvir de um fã que sua música influenciou seu caminho e sua iniciativa em ter sua própria banda do que: “somos sua banda cover!”

O que eu sugiro aos organizadores de eventos é mesclar nos shows bandas de repertório próprio juntamente com as covers; atentando sempre para que os estilos ou gêneros sejam os mesmos – para evitar conflitos. E uma igualdade de condições: porque se paga cachês e outras regalias para bandas cover e para as bandas próprias (salvo raras exceções) não ocorre o mesmo?

Não se pode esquecer que nós - músicos, temos gastos com ensaio, manutenção do equipamento, combustível e estacionamento para os veículos quando nos deslocamos para tocar, confecção de merchandising próprio e também mídias de divulgação. É mais do que justo pagar um valor ao menos “simbólico” considerando essas questões.

Enquanto esse panorama continuar, como teremos condições de um dia levar uma banda da nossa cidade para disputar e ganhar uma seletiva para o Wacken Open Air e chegar de fato a tocar num palco do festival de tal porte? Certamente não será com uma banda cover...

A propósito: será que já não existe um Motorocker Cover? Acho melhor não dar idéia!

23 comentários:

Gringo disse...

Banda Cover de Motorocker eu não sei se tem, mas num evento que eu toquei no Hangar, teve uma banda chamada Thaturanaz que fez cover de 'Salve a Malária' e mal feito, por sinal.

Samuel Ebel disse...

Parabéns pelo texto. Nada substitui a alegria e satisfação de ver sua música, a qual foi composta após estudo e vários ensaios, sendo executada pela banda.
É deprimente se sujeitar a tocar cover. É a morte da criatividade.
Feliz de nós que compomos e somos recohecidos por aquilo que criamos. Não por cópias.
Não sou o "maior do brasil", "melhor cover da américa", "3 horas de clássicos" ou "cover oficial.
Apenas pego minha guitarra e componho minhas musicas, sejam elas boas ou péssimas, mas são exclusivamente minhas.

Anônimo disse...

Faço minhas as palavras do brother of metal ali de cima e do brother of metal de longa data, Juliano Berte. Tocar cover para se conhecer e para entrosar a banda, massa. Mas virar banda cover é complicado. O outro lado da balança, é a grana. Realmente, tocando musica propria NUNCA ganhamos grana, ao contrario de bandas covers que SEMPRE sao remuneradas para tocar. Uma lastima.

Fica 1 abraço

GUSTAFAH (TERRORZONE)

Alberto disse...

Longa vida as bandas de som prórpio.
Boicote total aos eventos de banda cover (que sempre são pantera, metalica ou ac/dc). Os caras tem orgulho de ser mera cópia de alguém. triste.

Vito Cuneo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vito Cuneo disse...

Alberto, só uma observação camarada. Eventos covers são necessarios para a cena metal da cidade, por uma visão de mercado, afinal de contas, a massa não sai de casa para ver bandas de som proprio. Por exemplo, no Rejection (Pantera cover) o batera e baixista tocam na banda Livin Garden, saca o exemplo? É questão de mercado.

A questão do texto é reverter essa situação, em que o publico e as casas de shows valorizem as bandas de som proprio e "tapem buraco" com o cover, pois atualmente a situação é inversa.

Alberto disse...

Concordo com vc Vito. Mas a situação so vai mudar qdo a iniciativa vier do publico. Qdo o publico parar de ver bandinhas cover e passar a dar prejuizo, ai sim os produtores valorizarao as bandas de som proprio.
Concordo mais uma vez com vc, tapa buraco tem q ser cover e nao banda de som proprio.

Anônimo disse...

Muito bom o post...

ja citei em entrevistas anteriores o publico apreciador de ''bandas cover''

logicamente, sempre vai existir, acho isso legal, mas não apoio. pelo simples fato de existirem varios covers só de bandas que ja tem covers...
EX: quantos covers existem de METALLICA, AC/DC, JUDAS, MEGADEATH, IRON, BLACK SABBATH, MOTORHEAD.. e por ai vai... isso é oque saturou!!!

acho legal o termo ''TRIBUTO'', onde vc tem uma banda de som PRÓPRIO e no meio do show vc solta uma musica de tal banda.


Yákilli

Anônimo disse...

Minha opinião é a seguinte, é bom tocar música própria e ver q a galera gosta, mas isso não acontece, se souberem q vai rolar bandas só de som própria a galera nem vai, pq muitas vezes nem sabe se a música é boa ou não, e qdo tocam-se covers a galera vai, mas não pra ver a banda em questão, mas sim a banda q ela mesma curte, ou seja as músicas q adora, o bom é mesclar os dois, tocam-se covers pra atrair o público, e vai colocando as próprias pelo meio, assim a galera ouve e pode acabar gostando, o motorocker é um exemplo disso, começou como ac/dc brasil, e as poucos foram compondo e mandando as próprias, e hj vejam como eles cresceram e crescem cada vez mais, oq acontece é q muitas bandas de som próprio ficam bravos das pessoas não gostarem, mas se a música não é boa, não adianta querer obrigar a pessoas a gostar, tem q escrever outra, até q saía um riff e uam letra legal q agrade os ouvidos do público!
eu sou músico, mas tbm sou público, e tanto bandas covers qto próprias, há algumas q gosto pq são boas e outras não!!

Unknown disse...

Pra mim é uma questão de valorização. Não dá pra comparar som próprio com cover, porque um é tentar copiar, o outro é buscar originalidade. a segunda opção é sempre mais difícil e precisa ser mais valorizada. é preciso acabar com essa nossa autofagia e começar a ouvir o que é produzido por essa moçada ae. quem ainda não conhece, vai se surpreender positivamente.

Unknown disse...

eu não desprezo o cover. músicos de Metallica, Iron, Kreator, Kiss, etc... não começaram fazendo som próprio, mas só ganharam reconhecimento depois que pensaram grande. e pensar grande é investir no som próprio. pra mim, uma cena forte, produtiva e que seja um centro exportador de bandas passa, necessariamente, pelo investimento nas bandas independentes.

fabio disse...

musicas proprias do motorocker...rsrs. Pode ate ser, mas eh igualzinho ac/dc. as pessoas gostam pq eh igualzinho ac/dc e nao por talento ou criatividade dos musicos.

Anônimo disse...

Se toda banda de som próprio fosse boa, mechesse com o público e fizesse músicas que a galera pirasse e cantasee junto, não haveria bandas covers. O que acontece é que por mais que você tenha orgulho das suas músicas, bata no peito que quer ser original (existe alguma banda original hoje em dia?), que luta pelas bandas autorais, mas suas músicas não despertam curiosidade e nem chamam a atenção, não reclame e arrume outro emprego.

ricardo disse...

mechesse? vish

inspiração eh uma coisa, copiar na cara dura eh outra. claro q as bandas tem suas influencias, mas nao copiam descaradamente. originalidade nao combina com motorocjer.

Fabio - Sadsy disse...

Bom, discussão ampla e interessante, esta é minha humilde opinião:

Todos nós somos influênciados pro aqueles artistas/bandas que ouvimos a anos e é de nosso agrado, quando a pessoa resolve ser músico, é obvio que ele vai querer fazer o som de seu artista/banda. Acredito que os mais ambiciosos acabam se arriscando em fazerem composições próprias por mais q a influência esteja nítida, mas já sabendo q essa música é porta para muitas oportunidades futuras, diferente da banda cover não se encaixa para essas oportunidades.

Resumindo: acredito que banda de som proprio é mais ambiciosa.

Nada contra bandas covers, mas muitas que querem algo amais se tornam banda de som proprio, o restante não dura muito tempo.

Paola disse...

CHILDREN OF THE BEAST
Maior Iron Maiden Cover da América Latina sexta feira no blood. (piadaaaaaaaaaa)

comecem por ai, eh so nao ir em show cover, ainda mais banda de sao paulo.

Anônimo disse...

a mina tem razao

Vito Cuneo disse...

Na moral, não concordo com boicote, como ja esta no texto, as casas de shows precisam de $ para se manter, e por isso exploram o som cover. Se o bar fechar, é prejudicial para a cena da cidade, é menos uma casa de show para eventos, perdemos opções para curtir o rock curitibano. Resumindo, o lance é somar e não dividir.

Além disso, quem não conhece o som do Maiden? E quem conhece o som de bandas da cidade, como Redtie, Necropsya, Terrorzone, Sadsy.. entre outras, enfim, a questão é a galera daqui gosta de falar mal e faz questão de mostrar isso. Ainda mais de SP, mas acho q temos muito oq aprender com outras cidades, começando pelos paulistas, que a cena deles é forte, podemos usar os exemplos positivos de outras capitais para melhorar a nossa, temos tudo para dar certo, temos as casas de shows, as bandas, os instrumentos, publico.. então, oq falta? UNIÃO!
Lembre-se disso: UNIÃO!

Ah uma grande diferença entre falar e fazer.

Anônimo disse...

matou a pau

Ah uma grande diferença entre falar e fazer.

Anônimo disse...

Caralho. Ainda tem gente que acredita que foi o AC/DC que criou aquele estilo de som e batida? Patético... Coitado do Naza! O povo cúritibano se acha muito esperto, mas pro resto do Brasil, não é. FATO! Aprendam com os posts do Fábio do Sadsy, o Vitor e o Guimma, crianças!

Rusty Rail disse...

TOCAR COVER É GOZAR COM O PAU DOS OUTROS E PONTO.

ATT RUSTY RAIL

Don Roniel disse...

Falar que Motorocker é igual AC/DC é não conhecer a própria história do AC/DC. Ou acham que eles inventaram o estilo que tocam? Procurem conhecer melhor o Nazareth e as origens do blues e vão entender que nada é inventado desde os anos 60. Cada um muda um pouco, mas no fim das contas a origem é exatamente a mesma!

Anônimo disse...

Cover, versão e interpretação, pra mim é a mesma coisa. Ambos não tem o mérito da composição, e sim, da interpretação, que não deixa de ser um mérito.

Quanto ao estilo do AC/DC, qualquer um que tenha mais de 40 anos sabe que não foram eles que inventaram. A maioria das bandas de Hard Rock usam exatamente a mesma fórmula, digamos assim, desde os anos 70, inclusive os Curitibanos do Motorocker nos anos 90.

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