24 de mai. de 2013

CSM 2013: O maior evento de internet do sul do Brasil trouxe mais reflexões do que novidades.


O Curitiba Social Media, de forma geral, atendeu as expectativas do público presente no último sábado, dia 18 no Estação Embratel. A conferência tida como evento referencial de internet e cultura digital foi bem dinâmico e de forma fluída, os temas eram discutidos pelos profissionais convidados e também pelo público que pôde interagir, fazer perguntas e levar questionamentos aos debates.

Painel sobre blogs:

Neste momento do evento houve uma breve contextualização do início e ascensão dos blogs e como este veículo tornou-se ativo em nossa sociedade como forma democrática de exposição de conteúdos.

A possibilidade de criar conteúdo para uma sociedade em rede faz com que este meio permaneça com espaço relevante na internet. Os blogs foram apontados como "filtros de conteúdo", as páginas mais acessadas hoje em dia são direcionadas a nichos e reúnem desde vídeos importados do youtube, resenhas de filmes, livros, discos, divulgação de tutoriais além de serem  como um  porta-voz de opiniões massivas e ao mesmo tempo formadores de opiniões.

Quando questionados sobre uma possível migração dos blogs para a plataforma da maior rede social da atualidade, o Facebook, os convidados, em unanimidade, alegaram inviabilidade, pois estas redes sociais possuem suas próprias diretrizes e instabilidade em suas regras tornando possível a exclusão de seus conteúdos sem motivos relevantes. Ainda sobre a cultura do blog foram indicados alguns atributos para quem desbrava esse universo e possivelmente se torne um sucesso: Personalidade do autor e domínio sobre os temas que deseja abordar, direcionamento a públicos e nichos específicos, e acima de tudo gostar de fato do conteúdo que pretende expor.

Blogueiros profissionais descreveram suas rotinas e como chegaram ao ponto de largar seus trabalhos para conseguir viver apenas da criação de conteúdo. Com o tempo habilidade adquirida de forma prática e paixão pelos temas que permeiam os conteúdos de suas páginas estes blogueiros conseguiram um grande público, logo se tornou possível fazer algumas consessões à marcas e  veicular publicidades para as mesmas, tornando possível a monetização das suas práticas. Os mesmos ainda atentam que antes de pensar em criar conteúdo e lucrar com  isso o blogueiro realmente deve gostar e dominar os assuntos tratados antes de pensar em renda além de que, geralmente as campanhas publicitárias devem ter ligação com seu conteúdo para que seja algo coeso e mais honesto possível, pois quando fora de contexto, percebe-se incômodo e muitas vezes perda de público.


“O YouTube já é a nova TV aberta?”

Para falar de Youtube, PC Siqueira, Gustavo Horn, Otávio Albuquerque, Cauê Moura e Diego Quintero, grandes referências na disponibilização de conteúdos para o Youtube conseguiram conduzir de forma homogênea seus pontos de vista sobre as atuais políticas da plataforma.

Foram criticados a veiculação de sugestões oferecidas pelo site na lateral da página. Quando se está assistindo um vídeo, as sugestões estão tão relacionadas com o que o usuário está assistindo que acaba se tornando "um pouco mais do mesmo" enquanto poderiam ser sugeridos conteúdos de afinidade com o que o internauta está assistindo, enquanto as sugestões pudessem apresentar conteúdos de afinidade mas em canais diferentes, pois este espaço acaba reproduzindo aquilo que o espectador já conhece. Outro ponto criticado ao vetar a possibilidade o dono de um canal no Youtube poder personalizar o layout, constatou-se uma perda de fixação da identidade do canal por parte dos profissionais, alguns alegam ter perdido volume de acessos por conta desta nova regra.

Indo ao ponto central da discussão: “O YouTube já é a nova TV aberta?” houve uma divisão de opiniões, tanto do público quanto dos convidados, enquanto uns exaltaram o ganho de possibilidades em consumir conteúdo audiovisual de várias "espécies" e também acessar reprises de programas tanto da TV aberta quanto dos canais pagos, outros disseram que a TV não deve perder espaço, comparando esta questão com as hipóteses da "morte do rádio" com o advento da televisão.

Além destas questões centrais foram pautadas outras discussões sobre comunicação, internet e tecnologia. O evento foi muito bem articulado, principalmente pela participação do público, profissionais e usuários que puderam intervir, contribuindo com seus pontos de vista e questionamentos.

O evento trouxe um ganho de informação para todos os presentes e o principal trouxe à tona discussões éticas e conscientização do poder que estes veículos tem sobre o mercado, nossa cultura e o nosso dia a dia.

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