6 de fev. de 2014

Entevista: Luiz Fabiano Correa / baterista da banda Olho Seco














Para quem não se recorda, a banda foi formada em 1980 quando Fábio no vocal, Val no baixo, Redson na guitarra e Sartana na bateria se juntam para tocar.

Em 1982, com o lançamento do ‘Grito Suburbano’, primeira coletânea de bandas Punks brasileiras (onde constavam também outras lendas da cena – Cólera e Inocentes) e participam do antológico festival “O Começo do Fim do Mundo”, ambos marcos do início do movimento punk no Brasil.

Em 1983 lançam o 7" EP “Botas, Fuzis, Capacetes”, que foi muito bem recebido e rendeu à banda o convite para participar de diversas coletâneas internacionais como “Welcome to 1984”, promovida pelo fanzine punk Maximum Rock´n´Roll.

Em 1985, seu 7" EP de estréia é reeditado em LP como um split com a banda Brigada do Ódio. Em 1987, lançam o álbum “Os Primeiros Dias”, somente com gravações originais de demo-tapes de 1981 e 1982. Mais tarde esse álbum é reeditado em CD, incluindo faixas de demo-tapes gravadas em 1982 e 1983.

Em 1988, lançam o 7" EP Fome Nuclear com o estilo musical mais voltado para o ‘thrashcore’ extremamente veloz, que se vai ao extremo no seu primeiro álbum Olho por Olho, pela Cogumelo Discos, em 1989. Algum tempo depois a banda se desfaz.

Em 1992 o primeiro 7" EP é novamente relançado como um split-LP, dessa vez com a banda Fogo Cruzado. Em 1995, a banda Ratos de Porão grava uma versão da música "Olho de Gato" e outro da música "Falsa Liberdade" no álbum Feijoada Acidente?.

Em 1996, Fábio se junta a Mingau, Marcos e Arnaldo e lançam o CD "Haverá Futuro?", com algumas músicas inéditas. Após a gravação do CD, a banda para novamente.
No início de 1998 o Olho Seco volta a tocar, somente com Fábio da formação antiga, além de Jeferson no baixo, Marcos na guitarra e André na bateria (membros da banda Agrotóxico), se apresentando por diversas cidades brasileiras. Em 1999, fizeram pela primeira vez uma turnê européia, com 25 shows em nove países, num total de 37 dias. O Olho Seco iniciou sua turnê em Amsterdã na Holanda, seguindo para Alemanha, Suécia, Dinamarca, Áustria, Eslovênia, Itália e Espanha, finalizando em Portugal.

Após seu retorno ao Brasil, o Olho Seco fez uma participação especial no show de lançamento do álbum-tributo a banda, intitulado “Tributo ao Olho Seco”, onde as mais expressivas bandas hardcore punk brasileiras, além de Força Macabra da Finlândia e Cripple Bastards da Itália fizeram versões de suas músicas. Nesse álbum, há uma música gravada pela formação original da banda, composta especialmente para esse lançamento, chamada "Crise da Fome".

Em 2000, o Olho Seco volta ao estúdio (pela primeira vez, ainda com a formação original) para gravar uma participação no álbum-tributo à banda finlandesa Rattus, editado pelo selo finlandês Fight Records. No mesmo ano, os Inocentes (banda) registram uma versão de "Sinto", do Olho Seco, em seu disco de covers "O Barulho dos Inocentes"

Olho Seco voltou aos em 2011 palcos e participou do “Festival Punk na Páscoa”, no Hangar 110 em São Paulo. E teremos o privilégio de vermos neste ano seis apresentações em sua passagem por território sulista; apresentando nova formação e novidades no set list.



Entrevista: Luiz Fabiano Correa (baterista)



1- Após mais de 30 anos de batalha pela bandeira do movimento punk, qual a visão da banda sobre o atual cenário?
 - Podemos definir em uma palavra, Otimismo! hoje você têm casas com boa estrutura, produtores que valorizam e respeitam as bandas e o público tem comparecido em massa. Creio que a tendência é que a cena cresça muito mais. 

2- Fábio é o único remanescente da formação original. Como aconteceu a entrada dos novos músicos?
- No meio do ano passado o Fabião me convidou pra substituir o antigo baterista que havia saído da banda. Aí ele mudou de idéia e resolveu encerrar as atividades, parar com a banda, ou simplesmente dar um tempo. Foi aí que eu apresentei pra ele os demais integrantes e ele sentiu que havia uma nova energia, um sangue novo nisso tudo e que era hora de voltar pra estrada. Fizemos 4 shows no final do ano passado, um deles histórico em BH e de lá pra cá a gente se animou de verdade e isso nos impulsionou a voar mais alto.

3- E a resposta do público e dos próprios novos músicos; tocando e fazendo parte de uma das formações mais clássicas do Punk Rock nacional?
- Cara, se eu disser que a ficha até hoje não caiu você acreditaria? 
A gente tem ensaiado muito e com os shows tudo parece correr no seu curso natural, a evolução e a experiência de palco. Tudo isso acontece sem q a gente se sinta pressionado ou até mesmo que pinte um nervosismo antes dos shows. A gente está se divertindo muito!

4- Além dos tradicionais clássicos, teremos novidades no set list desta tour?
Sim, com essa formação o Fabião se sentiu a vontade em resgatar músicas do começo da banda que nunca foram tocadas ao vivo. Por exemplo, Viva Nóis! e Faces Marcadas. A idéia é colocarmos mais músicas que as pessoas sempre pediram e que nunca foram executadas, além de músicas novas que já estão sendo feitas.

5- Como se deu a iniciativa e qual a expectativa da banda para estes 6 shows na Região Sul do país?
- Nada disso seria possível se não fosse nosso tour menager Alexandre Ricardo que também toca no SOS Chaos. Ele tem se mostrado um excelente profissional, num padrão que aqui eu nunca tinha visto. A gente deve estender essa parceria ao longo do ano e a expectativa é de que a gente faça bons shows, que a galera compareça em peso e todos se divirtam.

6- Qual é o sentimento de ser uma das bandas Punk que mais têm feito shows atualmente no Brasil? Como ocorreu isso?
- Acredito que juntamos a fome com a vontade de comer! Eu queria estar envolvido nessa coisa de gerenciar shows pra banda, o Fabião confiou em mim e aí aliado ao Alexandre a gente tem buscado cada vez mais shows. Pois uma banda parada hoje em dia é uma banda esquecida. E assim que pararmos vamos entrar no estúdio pra gravar algo novo e voltar pra estrada.

7- Possibilidades de novo material de estúdio?
- Como disse na pergunta acima, assim que pararmos de tocar e acredito que ao longo deste ano vamos só fazer shows mesmo, a gente vai dar uma pausa pra compor e gravar um material novo tão cobrado e esperado pelos fãs.

8- Na virada do milênio, tivemos o avanço da crise no mercado fonográfico; resultante de downloads sem restrições, encarecimento na produção do material e por conseqüência, o repasse final ao grande público ou segmentado. Fábio tem loja desde 1979; você acredita que tanto o CD quanto o LP podem resistir por mais alguns anos, ou talvez décadas?
- O CD e o LP com preço justo nunca deixará de existir!!!

9- Finalizando, uma mensagem final para os camaradas da Região Sul do Brasil; que estão na expectativa de conferir Olho Seco ao vivo. 
- Galera, a gente tá contando os dias pra estar aí com vocês e pra quem acha q vai ficar só nessas 6 datas, uma boa surpresa, no segundo semestre a gente deve fazer a segunda perna dessa tour, assim quem não puder estar com a gente agora em  março em breve poderá estar. Nos vemos em breve. Grande abraço da família Olho Seco!!!

* Agradecimentos: Alexandre Ricardo (S.O.S. Chaos / Estúdio TNT), por coordenar / viabilizar esta matéria e ao entrevistado pela gentileza em nos atender.





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