Na última sexta feira (12/09) tivemos mais um show no Music Hall. Dessa vez os suecos do SABATON, um dos principais nomes do Metal europeu da atualidade, se apresentaram em um show empolgante, divertido e muito bom.
Abertura ficou por conta dos curitibanos do FIRE SHADOW. Os rapazes, capitaneados pelo ótimo vocalista Marco Lacerda, já são figuras carimbadas em abertura de shows na nossa capital e fizeram uma apresentação consistente como sempre, mandando ver no seu repertório autoral. Mesclando material novo (do seu recém lançado EP "Phoenix") em músicas como "Scars", "Inner Battle" e a faixa título do EP, "Phoenix", com músicas do seu trabalho anterior, a banda mandou ver o seu Heavy Metal mais puxado pro estilo tradicional com músicos bastante técnicos em uma performance excelente. Em pouco mais de meia hora, os caras fizeram o que se esperava fechando a apresentação como de costume com "Metal is the Law", uma "clássica" da banda.
Era em torno de 22:50h quando toca no som mecânico a clássica (e farofa até o talo) "The Final Countdown" do Europe. A exemplo do que faz o Iron Maiden com "Doctor Doctor" do UFO, uma banda homenageia outra mais antiga do mesmo país usando um clássico dela como abertura, bacana isso. Um bom aquecimento para a marcha de guerra que antecede a entrada da banda. Pra quem não sabe, o Sabaton é uma banda cuja temática principal são as guerras, assim como a do Running Wild são piratas, a do Amon Amarth são vikings e assim por diante.
A entrada da banda no palco foi enérgica. Com os integrantes sorridentes e esbanjando simpatia, os caras inciaram com "Ghost Division", do álbum "The Art of War" uma referência ao livro de mesmo nome de Sun Tzu, seguido de uma nova, "To Hell in Back" e de "Carolus Rex". Após a trinca inicial, o vocalista Joakim Brodén demonstrou um sorriso de orelha a orelha, mostrando grande satisfação pela ótima receptividade do público (público esse que compareceu em um bom número). Aliás, Brodén é uma figura a parte da banda. Uma mistura de Geoff Tate (aparência) com Bruce Dickinson (postura de palco), o cara tem um carisma fora do comum, se movimentando a todo momento e seu vocal bem característico (mais grave e com sotaque proposital, fugindo um pouco do lugar comum de bandas de Power Metal).
Brincando com o idioma sueco, Brodén introduz a música cantada no idioma natal, "Gott Mit Uns". Aliás, o domínio de plateia do vocalista é muito bom, um grande frontman. Na sequência eles tocaram mais algumas músicas conhecidas como "Uprising", "Attero Dominatus", "The Art of War", "40:1", além de outras do mais recente álbum "Heroes", todas muito bem recebidas pelo público. Cabe ressaltar as performances individuais dos caras da banda: a dupla de guitarristas Thobbe Englund e Chris Rörland muito bem entrosada, bem como a cozinha formada por Pär Sundström (baixo) e Hannes Van Dahl (bateria).
Uma característica legal da banda é o ótimo trabalho de backing vocals. Pelo fato das composições terem uma base de música clássica muito forte, as vozes em coro fazem uma grande diferença onde os 3 instrumentistas de cordas cantam, resultando em músicas muito bem orquestradas, bastante próximas das versões de estúdio.
Em "Swedish Pagans", última música antes do encore, um fato inusitado aconteceu: alguém da plateia atirou no palco um colar com um pingente do Mjölnir (martelo de Thor). Nada mais apropriado levando em consideração a música que estava sendo tocada, e Brodén achou legal a brincadeira e vestiu o colar, usando-o no restante da apresentação.
No encore a banda abre com mais duas do disco novo, entre elas a aclamada "Smoking Snakes". Essa música ficou famosa aqui no Brasil devido à homenagem da banda à FEB (Força Expedicionária Brasileira), mais especificamente aos 3 soldados brasileiros que, durante a Segunda Guerra Mundial, lutaram bravamente contra o Exército nazista sendo executados, mas tendo reconhecida a bravura pelos próprios algozes alemães. E pra quem não sabe, a banda só ficou sabendo dessa história graças a um fã brasileiro (alô Snow!) que aliás contribuiu de maneira direta na composição, inclusive com a frase "Cobras fumantes, eterna é sua vitória". Legal também que no colete de Brodén tinha um brasão do símbolo da FEB, com a cobra fumando (uma referência ao então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, que declarou na época que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra).
As duas músicas que fecharam a apresentação foram os clássicos "Primo Victoria" e "Metal Crüe" e sua letra cheia de referências às bandas que serviram de inspiração ao Sabaton. Aqui Brodén gentilmente retribuiu quem atirou o colar anteriormente dando o seu óculos escuro em troca (esse cara - ou moça, não vi quem era - zerou a vida, rs). 01:15h de apresentação, um grande show e ótimo exemplo de profissionalismo, carisma e qualidade sonora de toda banda. A cobra fumou em Curitiba, sim senhor!
Setlist
Ghost Division
To Hell and Back
Carolus Rex
Gott Mit Uns (Swedish version)
Uprising
Attero Dominatus
Resist and Bite
The Art of War
Soldier of 3 Armies
40:1
Swedish Pagans
Encore:
Night Witches
Smoking Snakes
Primo Victoria
Metal Crüe
Fotos: Makila Crowley
15 de set. de 2014
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3 comentários:
Aê Jean, mas uma grande resenha feita por você, muito informativa e bem construida, logo se nota a qualidade de uma resenha feita por quem entende mesmo do riscado e se preocupa em fazer o que toda pessoa que se preze a fazer uma resenha deveria fazer, que é informar corretamente sobre o assunto, infelizmente vemos algumas resenhas em outros sites que são uma lástima, por conter tanta informação errada, parabéns por fazer com esmero e dedicação. As fotos usadas na matéria também são ótimas. ah e claro, obrigado pela referência a mim, hehe.
Forte Abraço
Snow
De novo mandando bem Jean, como disse o Snow, vale a pena ler resenhas bem feitas, diferente do que tem sido publicado por ai.
Ettine ♫.
Muito massa!
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