4 de mai. de 2012
Sepultura Reunion: Sonho ou Utopia?
Diferente do tópico criado pelo meu nobre camarada Vito Cuneo, não usarei a frase "Bandas que não curto mais" - uma vez que nunca deixei de escutar nenhum dos álbuns lançados pela mesma até a presente data.
A banda da qual escreverei algumas linhas é nada mais nada menos do que Sepultura - com certeza foi a mais bem sucedida da história do Heavy Metal nacional.
Lançaram discos essenciais dentro das vertentes mais extremas do estilo (Thrash, Death e até os primórdios do já chamado na época Black Metal), entre eles: Bestial Devastation / Morbid Visions, Schizofrenia, Beneath The Remains e Arise (obra-prima). Menciono também "Chaos A.D."; recriminado por muitos "mentes fechadas" e "thrashers puristas", mas um disco que mesclou de forma coesa e precisa a fúria e as levadas simples do clássico punk rock / hardcore com o peso e a técnica do Thrash tradicional - quase um crossover em algumas músicas.
Embora eu ache que o "Roots" é exagerado na sua concepção e nos experimentalismos, é inegável a importância que o mesmo teve no cenário musical, num período em que o Metal caía num ostracismo e o Grunge já dava sinais de que seria uma moda passageira. Definiu, para o bem ou para o mal, a criação de mais uma vertente: Nü / New Metal, que dividiu opiniões, teve alta popularidade durante bom tempo e atraiu novamente a atenção da grande mídia para a música pesada.
Mas, voltando ao título do post, eu sinceramente sonho com essa reunião; mesmo parecendo tão distante e improvável. Escuto os álbuns, assisto aos DVD's, leio revistas e publicações antigas e sempre me vêem um "filme imaginário" sobre um show nos dias de hoje.
Até agora, muito foi dito de ambas as partes sobre o "racha" que ocorreu. Não vou me ater a detalhes, sugiro a quem ainda não tem, procure pelo livro: "Sepultura - Toda a História", escrito pelo jornalista André Barcinski e com a soberba colaboração de Sílvio "Bibica" Gomes (roadie e amigo pessoal da banda desde os primórdios) e publicado pela Editora 34. Lá, está parte dos relatos feitos por Max e sequencialmente por Andreas, Igor e Paulo, além de toda a trajetória da banda do começo de tudo até o início da "nova fase".
A questão é que talvez nunca saibamos de fato o que verdadeiramente aconteceu, só os próprios sabem.
O que é se vê atualmente é que o Sepultura, desde a saída de Max Cavalera, perdeu o "feeling", a essência e deixou de ser uma banda referência para ser "apenas mais uma no cenário". Não se pode culpar o vocalista Derrick Green pelo declínio, mas é nítido que Andreas Kisser ficou responsável por toda composição feita. Igor, sendo o baterista técnico que é, contribuía sempre nos arranjos e executava de forma precisa (mesmo nos discos pós-Max, sempre há músicas em que a bateria é o inegável destaque) e Paulo Jr. - bem, talvez ele seja um dos baixistas mais "migueleiros" da história da música. Não escreve uma letra, não compõem e para quem não sabe, só gravou o baixo de próprio punho no álbum "Chaos A.D.".
Hoje, temos o Cavalera Conspiracy - projeto / banda de Max e Igor em que as composições; claro, remetem ao Sepultura e explico porquê. Max sempre foi o principal compositor e letrista; ele trazia as idéias e Andreas lapidava para transformá-las em "jóias", uma vez que este tinha a técnica mais apurada, era o responsável pelos solos e tinha formação clássica e teoria musical.
Assistam aos vídeos do Cavalera Conspiracy ao vivo e vejam / ouçam os clássicos do Sepultura: soam mais Sepultura do que o próprio!!!
Um aviso também aos radicais de plantão: ouçam os três últimos álbuns do Soulfly, em especial "Enslaved" e percebam que o "velho Max" está lá, da maneira que sempre nos acostumamos e gostamos de ouvir.
O sonho da reunião não seria para voltar e gravar um novo álbum, longe disso. Os tempos e os propósitos são outros e soaria forçado demais, até para nós fãs. O ideal seria uma tour de pelo menos 2 anos (com pausas para descanso, afinal, os caras já são quarentões!), que englobasse os maiores festivais do mundo, também países onde a banda alcançou popularidade e fecharia aqui no Brasil - com pelo menos 10 shows.
Mais; não ficaríamos "apenas" com uma banda, mas com três, que lançariam seus álbuns agradando a gregos e troianos!
E durante essa tour, uma equipe de profissionais registraria as melhores imagens para o lançamento de um mega DVD (fora os bootlegs que certamente circulariam) para coroar esse espetáculo.
Tenho certeza, seria uma satisfação pessoal para cada um dos músicos; que há mais de 30 anos saíram de Belo Horizonte para mostrar ao mundo nossa maneira única de se fazer Thrash Metal.
Tive o privilégio de assistir ao antológico show na Pedreira Paulo Leminski em 1996, mas para que nunca viu a formação clássica, seria um presente eterno a todos que ajudaram a construir o nome SEPULTURA
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3 comentários:
Excelente artigo. Muito bem escrito
Muito bom!
Muito obrigado Guilherme e Luiz Gabriel pela leitura e comentários!
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